segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Nunca disse que eu era má. Só sou fraca.

Penso mas não falo. Sinto mas não expresso. Acredito mas não realizo. Teorizo mas não pratico. Espero dos outros mas não atendo expectativas. Rezo mas não acredito. Tenho medos mas não os encaro. Tenho vontade mas não faço nada. Tenho força mas não a uso. Tenho ideias mas não concretizo. Reflito mas não concluo. Procuro a mim mesma mas não acho. Reclamo mas não mudo. Escrevo matérias mas não leio jornal. Escrevo desabafos mas não mostro pra ninguém. Escrevo textos para mim mesma mas não esqueço que alguém vai ler.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

EU

Eu sou uma eterna insatisfeita. Quando tenho calma quero amor. Quando tenho amor quero chocolate. Quando tenho chocolate quero algo em que acredite. Quando acho algo em que acredito quero simplesmente viver sem pensar.
Eu vejo cores em tudo, tudo. Eu acho o mundo tão bonito. Até mesmo a melancolia do mundo é bonita. Mas nem por isso deixo de ser uma pseudo-intelectual-metida-a-revolucionária-feminista-e-crítica. Tenho opiniões sobre tudo. Minhas opiniões mudam sempre e muito. Às vezes eu não tenho idéia do que penso sobre algo. Mas sempre tenho algo pra falar. E falo. Falo, falo, falo. Gosto de ouvir, também. Gosto de conhecer as pessoas. Não assim, oi - tchau. Gosto mesmo é de entender a essência de alguém e sentir por esse alguém algo verdadeiro. Eu amo, amo muito. Amo muita gente. Às vezes tenho medo de admitir isso. Às vezes falo, pra não perder o costume, mas não estou falando o que realmente gostaria. Tem horas que eu queria só falar o que estou sentindo. Não consigo. Sou difícil, sou fechada.
Queria mesmo era superar minhas interioridades e ir para um próximo passo. Não queria passar meus dias pensando nos meus problemas. Queria mesmo era mudar o mundo. Sempre quis. Aprendi com o papai e a mamãe que as coisas não estão certas do jeito que estão. O papai e a mamãe me ensinaram muitas coisas. Me ensinaram a ser crítica e até hoje se arrependem. É por causa deles que eu falo alto. É por causa deles que eu falo muito. É por causa deles que eu trabalho muito. Eu trabalho muito e ganho pouco. Eu trabalho porque sou orgulhosa e quero me sustentar. E eu gosto de estar sempre me mexendo. De fato estou sempre me mexendo. Tem dias que não sobra tempo pra dormir. Tenho olheiras. Tenho sono atrasado. Tenho torcicolo. Mas sou feliz.
Às vezes estou feliz mas começo a pensar. Penso muito, muito e dou um nó na minha cabeça. Fico com insônia. Só consigo dormir depois que escrevo. Meu bloquinho é um bom amigo. Tenho outros bons amigos. Gosto deles. Gosto de abraçar pessoas. É bom sentir quem você gosta pertinho de você. Tem amigos que foram especialmente projetados para serem abraçados. Eu gostaria de ser uma amiga assim. Gosto de ser abraçada. Tem horas que só um abraço resolve meus problemas. Tem horas que fico sozinha mas queria estar sendo abraçada.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Perguntas

"e se alguém distante um dia te perguntasse:
qual é o som de sua voz?
quais são seus "passatempos"?
vc coleciona borboletas?

o que vc diria?"

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

POESIA

Eu queria escrever poesia. Ai, como queria. E minha cabeça fervilha de versos. Em tudo vejo poesia. O mundo é poesia. Tudo, tudo, tudo mesmo. Mas no papel, nada flui. Tudo vira história, texto, contexto histórico. Tudo vira retórica. Quero escrever uma poesia, não uma tese. Quando eu era pequena escrevia poesias. No meu quarto, escondida, quando estava triste ou brigava com a minha mãe. Escrevi mesmo poesias de amor. Eu que nem sabia o que era o amor. E agora cresci, li, estudei, aprendi a amar (será?). Mas desaprendi a escrever poesia. Esfriei. Será que foram meus sonhos que se desmontaram, quando bateram de frente com a realidade? Será que o mundo real levou meu dom pra poesia? Agora não sei mais voar, antes eu sabia.

sábado, 8 de agosto de 2009

"Com tanta coisa junta, como é que eu vou dizer aonde dói?"

Tenho medo de armas. Tenho medo de palhaços. Tenho medo de magoar uma pessoa fundo. Tenho medo de perder alguém. Tenho medo de me perder. Medo de perder o controle. Perder o rumo. Tenho medo de nunca descobrir meu rumo. Medo de não descobrir o sentido da minha vida. Tenho medo de estar sozinha em casa a noite. Tenho medo de ficar sozinha. Solitária. Tenho medo de aranha. Medo de ver alguém sangrando. Medo de matar alguém. Tenho medo do futuro da humanidade. Medo de não fazer a diferença. Medo de não mudar o mundo. Tenho medo de amar quem não me ama. Medo de tropeçar no palco. Tenho medo de não fazer bem o que eu faço. Medo de perder a coragem. Medo de ser um lixo. Tenho medo de ver alguem sofrer. Tenho medo de dor. Dor de alma. Tenho muito medo.

Porque o pior medo, é o medo de admitir os próprios medos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Manual de Instruções de Marina Feldman

Devido a certo problemas no manuseio do produto "Marina Feldman", o fabricante está iniciando a confecção de um manual de instruções. Para iniciar este processo, resolvemos selecionar as peguntas mais frequente enviadas para o nosso SAC. Constatamos que cada uma dela é perguntada cerca de 3 vezes ao dia e, normalmente, após que a resposta já esteja afirmada e clara.

PERGUNTAS FREQUENTES:

“Você é Judia?”
Sim eu sou judia. Não eu não quero dominar o mundo. Não eu não uso burka. Eu como porco e ando de carro no sábado.

“Você tem 3 empregos?”
Sim eu tenho três empregos. Eu dou aulas de dança, aulas de inglês e sou assessora/secretária/estágiaria da Federação Israelita do Paraná.

“Quantos anos você tem?”
Eu tenho 19 anos. Não tenho 15 como minha aparência demosntra, nem 26 como meu estilo de vida demostra.

“Você morou em Israel?”
Sim, morei em Israel. Não, eu não lutei na guerra, não perdi uma perna em uma mina terrestre nem vi bombas explodirem. Sim, é difente, exótico, bacana e estranho. Já ouvi isso tudo e sei que provavelmente a sua próxima pergunta será:
"O que você foi fazer lá?"
Não é da sua conta!

“Dói?” (Apontando pro piercing ou pra tatuagem)
Todo mundo sabe que furar uma parte do seu corpo ou desenhar nele com uma agulha dói. Mas se fosse insuportável ninguem faria.

“Que linda sua tatuagem, o que é?”
Não é um palhacinho. Não é um rabino. Não é a sua mãe pelada. É o pequeno príncipe. E se voicê não sabia o que era, disse que era bonita com base em quê?

“Você ta morando sozinha?”
Sim, meus pais foram pra vitória, meus irmaos pra são paulo, fui abandonada, sou uma pobre coitada, pago minhas contas e (não) cuido da minha casa. Na verdade moro com um amigo.
"Um amiga?"
Não, amigo.
“Você mora com uma amigO???????”
Sim.
"AmigOOOO?"
Sim.
"Você namoram?"
Não!
"Ah, então vocês são casados?"
Não!
"Ah, mas então vocês se pegam de vez em quando?"
Não, amigo! Amigo!
"Ahhhh, que diferente!"