Bom é deixar as rodas em casa e
sair para andar sobre os próprios pés. Bom é flutuar sozinho. Bom é, contra o vento ou a favor, poder fechar
os olhos. Bom é o encontro. Boa é a surpresa de descobrir o outro. Bom é
conhecer a fundo, bom é conhecer de passagem. Bom é tocar. Bom é ser tocado.
Bom é se jogar com tudo, num corpo a corpo com a materialidade do mundo. Boa é
a materialidade do outro, sentida de leve ou de pesado. Bom é, do alto de nossa
completude, encontrar no outro aquilo que não temos.
Boa é a troca. Bom é poder olhar.
Bom é sentir seus olhos como duas câmeras para quem o mundo está posando. Bom é
olhar pra tudo, bom é olhar pro nada. Bom é olhar pra dentro, bom é olhar pra
fora. Bom é o olhar de uma criança. Bom é o olhar de quem já viveu muito e te
diz “essa juventude”. Boa é a intimidade – a maior de todas? - de olhar nos
olhos.
Bom é estar aqui, naquele lugar
que é exatamente-aonde-eu-gostaria-de-estar-aonde-quer-que-esteja. Bom é estar
vivendo. Não apenas vivo, vivendo. Bom é colocar seu coração nisso tudo. Bom é
conectar sua energia vital. Bom é se esticar, ficar na ponta dos pés. Para não
machucar. Para enxergar do outro lado do muro.
Bom é estar com os dois pés no
chão. Bom é rodopiar. Bom é se sentir seguro. Bom é sentir vertigem. Bom é se ver em queda
livre, sem medo. Bom é entrar nessa montanha russa e soltar as mãos. Bom é dar
as mãos. Para o outro, para a vida, para si mesmo.
Bom é se dar a liberdade de enxergar
o que há de bom.
Bom, mesmo, é ter um lindo dia de
sol pra se agarrar com unhas e dentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário