quinta-feira, 27 de agosto de 2015

(?)

  tenho uma Professora que diz que pra aprender temos que saber fazer as perguntas certas. e o P maiúsculo alí não foi colocado por acaso (de tão gigante, essa Professorinha de um metro e meio se tornou um voz constante na minha consciência). penso que concordo: o verdadeiro conhecimento - aquele que não é só bonitinho pra pendurar na parede, mas que a gente constrói - só pode se formar a partir uma boa coleção de indagações. e mais: essa Professora, pasmem, de fato escuta as perguntas que seus alunos lhe fazem. e reflete antes de responder (um verdadeiro fenômeno na academia). e responde, muitas vezes com outra pergunta, como não poderia deixar de ser. 
  mas esse papo dela, percebi, significou para mim mais do que um gênesis intelectual. é meio que o começo de tudo, sabe como?

No princípio criou D'us o ponto de interrogação (agora, meus filhos, façam dele o que quiserem).

 e aí já ouço uma penca de sujeitos práticos e bem resolvidos, tão fálicos como um ponto de exclamação, dizendo que isso tudo é uma masturbação mental sem sentido e sem fim. ou pós-modernismos relativistas alternativos. talvez eles tenham razão.
  a bem da verdade, deixo eles terem toda a razão. aliás, fiquem com a verdade, esse infinito dom de iludir. ela é toda sua. prefiro não saber e seguir matutando. já disse uma vez uma moça muito sábia: se existe um mal absoluto ele está justamente nas mãos dos que defendem um bem absoluto.  o meu bem? não é absoluto. nem sei se é um bem. saber se perguntar, creio eu, é um mal inenarrável. uma coisa de querer botar as tripas pra fora pra dar uma olhada. só pra ver que lá dentro estão guardadas mais e mais interrogações. 


Nenhum comentário: