domingo, 3 de maio de 2015

a plenitude do amor

"fundamental é mesmo o amor..."
T.J. 

lembro bem do poeta, dizendo tantas vezes ao meu ouvido: é impossível ser feliz sozinho. talvez ele nem tenha dito isso tantas vezes, mas o fato é que foi gravado por alguém e repetido feito doutrina na minha cabeça de ser sentimental em formação. e várias vezes lembrei dele e me perguntei: será que é isso mesmo? 

já achei que sim, no meio de alguns dos intensos e saborosos amores que vivi. já achei que sim, no fundo dos poços que vieram depois deles. já achei que não queria nem pensar nisso, quando amar me fez infeliz e prisioneira. já achei que não, quando estar sozinha me foi mergulhar na vida outra vez. 

de qualquer forma: a verdade mesmo é que sou um ser de amor. não porque ame toda a humanidade. nem porque ache que o amor resolve os problemas do mundo. mas, por mais pragmática que tente ser e até seja, é assim que existo e sempre existi: sentindo muito amor, deixando ele transbordar esse copo cheio de emoções que sou euzinha. 

e sabe o quê? nos últimos dias me aconteceu uma coisa assim, sui generis. uma coisa de voltar pra casa me sentindo feliz, com aquela sensação de brotamento espontâneo de sorriso. aquela sensação de plenitude que só o amor traz. plenitude não porque seja eterno ou absoluto, mas porque te torna pleno naquele mesmo instante. o famoso infinito-enquanto-dure do poeta. "sui generis?", você pergunta. mas é que sabe o que é? não era paixonite. 

nos últimos dias, foi inédito, mas voltei para casa mais de uma vez sorrindo de amor por pessoas no plural. pessoas que não me atraem fisicamente, mas que acho as mais lindas que há. pessoas com quem quero apenas estar. e somar. e multiplicar. pessoas que me fazem sentir feliz de ser quem eu sou e estar onde estou. nos últimos dias passei ilesa até por uma tpm. sem derramar uma lagriminha. 

e tá... talvez seja por encontrar segurança no meio de toda a incerteza desse navio-na-tormenta que anda minha vida. ou por encontrar gente que é forte e sabe ser dura - mas não perde a ternura - no meio desse mundo de injustiça e violência que anda mais perto que nunca. ou simplesmente porque gentileza e doçura não se encontram em qualquer canto e a gente fica até surpreso quando se depara. 

ou pode ser isso tudo junto. 

não sei. o que sei é que é bonito, faz bem, engrandece. que soma, divide, multiplica e faz o que é bom crescer em progressão geométrica. que às vezes transborda. o que eu sei é que isso também é amor. 

e que de fato, é impossível ser feliz sozinho (pra mim, ao menos). 
mas, tudo bem, eu não estou sozinha. 

Nenhum comentário: